sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Febre Tifóide

Um pouco de história...

   Cerca de 430-424 aC, uma praga devastadora, que alguns acreditam ter sido a febre tifóide, matou um terço da população de Atenas, incluindo o seu líder Péricles. O equilíbrio do poder mudou de Atenas a Esparta, acabando com a Idade de Ouro de Péricles que tinha marcado o domínio ateniense no mundo antigo.

   Antigo historiador Tucídides também contraiu a doença, mas ele sobreviveu para escrever sobre a praga. Seus escritos são a principal fonte deste surto.

   A causa da praga tem sido disputada, com acadêmicos e cientistas modernos médica considerando tifo epidêmico a causa mais provável. No entanto, um estudo de 2006 detectou DNA seqüências similares às da bactéria responsável pela febre tifóide.

   Outros cientistas têm contestado os resultados, citando graves falhas metodológicas no estudo do DNA dental de celulose derivada.

   A doença é mais comumente transmitida através de hábitos de higiene e condições de saneamento público, durante o período em questão, toda a população da Ática foi sitiada dentro dos muros Long e viviam em tendas.

   No final do século 19, a taxa de mortalidade febre tifóide em Chicago média de 65 por 100 mil pessoas por ano. O pior ano foi 1891, quando a taxa de mortalidade tifóide foi de 174 por 100.000 pessoas.

   O portador o mais notório de febre tifóide, mas de nenhuma maneira a mais destrutiva foi Mary Mallon, também conhecida como Mary Tifóide.  Ela era uma cozinheira de Nova York. Ela está intimamente associada com 53 casos e três mortes. Autoridades de saúde pública disse á Maria  desistir de trabalhar como cozinheira ou ter sua vesícula biliar removida. Maria deixou o emprego, mas voltou mais tarde, sob um nome falso. Ela foi detida e permaneceu  em quarentena após um surto de febre tifóide. Ela morreu de pneumonia após 26 anos de quarentena.

   Em 1897, Almroth Edward Wright desenvolveu uma vacina eficaz. Em 1909, Frederick F. Russell, um médico do Exército EUA, desenvolveu uma vacina contra a febre tifóide americanos e dois anos mais tarde o seu programa de vacinação se tornou o primeiro em que um exército inteiro foi imunizada. Eliminou-se a febre tifóide como uma importante causa de morbidade e mortalidade entre os militares dos EUA.

   Países mais desenvolvidos viram declínio das taxas de febre tifóide durante a primeira metade do século 20, devido à vacinação e os avanços na saúde pública e higiene.

    Antibióticos foram introduzidos na prática clínica em 1942, reduzindo a mortalidade. Hoje, a incidência de febre tifóide em países desenvolvidos é de cerca de 5 casos por 1.000.000 de pessoas por ano.

    Um surto na República Democrática do Congo em 2004-05 registrou mais de 42.000 casos e 214 mortes.

    Febre tifóide também era conhecido como''''milliaire suette na França do século XIX.


Um pouco mais sobre a doença:

   Trata-se de uma doença bacteriana aguda, apresentando com febre alta, cefaléia, mal-estar geral, anorexia, bradicardia relativa com sinal de Faget (dissociação pulso-temperatura), esplenomegalia, manchas rosadas no tronco (roséola tífica), obstipação intestinal ou diarréia e tosse seca.


Fig1: Criança Apresentando manchar rosadas no tronco ( roséola tífica). Imagem Disponível em: http://iespesenfb.blogspot.com.br/2010/09/febre-tifoide.html, Acesso em: 21/02/2014.


  Causada pela Salmonella (sorotipo Typhi), bactéria gram-negativa da família Enterobacteriaceae. E pode ter como principal complicação hemorragia intestinal e, mais raramente, perfuração intestinal.

Microscopia  com aproximação de 1000 vezes , mostrando as estruturas microscópicas de Samonella Typhi. Imagem Disponível em: http://www.microbeworld.org/component/jlibrary/?view=article&id=7778, Acesso em: 21/02/2014.


   O diagnóstico consiste em isolar e identificar o agente etiológico nas diferentes fases clinica, a partir do sangue (hemocultura), fezes (coprocultura), aspirado medular (mielocultura) e urina (urocultura).

   No Brasil, nas ultimas décadas, constata-se uma tendência de declínio nos coeficientes de morbimortalidade por febre tifóide. No inicio da década de 2000, eram notificados, em media, 800 casos. A partir de 2003, essa media tem ficado em torno de 542 casos, observando-se uma maior concentração nas regiões Norte e Nordeste.


Referências:

Guia de bolso – Doenças infecciosas e parasitárias (Ministério da Saúde – 8ª edição);
Portal News Medical (www.news-medical.net).




Nenhum comentário:

Postar um comentário