O
impetigo é uma doença cutânea superficial comum. É altamente contagiosa e é
frequentemente observada em crianças entre 2 e 5 anos de idade e,
ocasionalmente, em adultos com saúde debilitada.
O aparecimento de lesões de
impetigo, que geralmente segue hematomas, escoriações, trauma menor ou picadas
de insetos, ocorre em pessoas cuja superfície da pele já foi colonizada com
estreptococos do grupo A, e falta de higiene é um fator predisponente importante.
A bactéria também pode implantar em lesões cutâneas pré-existentes causados
por eczema ou sarna, uma condição chamada impetiginização.
É causado principalmente por Staphylococcus aureus e, menos
frequentemente, por Streptococcus pyogenes
ou uma combinação de ambas. Tais bactérias vivem
normalmente em nossa pele sem causar nenhum dano, porém, através de uma pequena
ferida podem provocar infecções passando a ser
transmitidas pelo contato direto, outras lesões ou através de objetos de
higiene pessoal que seriam utilizados por mais de uma pessoa. A infecção
geralmente envolve a pele exposta, particularmente da face, toráx e das mãos.
Clinicamente, o impetigo pode ser classificado em duas formas
principais: Impetigo bolhoso e não-bolhoso ou contagioso, sendo que a segunda
forma responde por aproximadamente 70% dos casos. O diagnóstico é basicamente feito com
base nos aspectos clínicos.
No impetigo
contagioso ocorre o aparecimento de pequenas pápulas vermelhas semelhantes a
espinhas ou picadas de mosquitos, que logo evoluem para lesões mais graves com
pus que quando estouram formam lesões crostosas. As lesões causadas pelo
impetigo duram uma semana . Não há sintomas como mal estar ou febre no
impetigo. O diagnóstico geralmente é feito pela análise das lesões presentes,
embora possam surgir alguns linfonodos dolorosos no pescoço. As lesões do impetigo
comum não costumam doer, mas podem coçar e as crostas geralmente desaparecem em
longo prazo sem deixar cicatrizes.
Fig 1: Impetigo tomando toda a região perioral de uma criança, observe a formação de crostas. Disponível: http://www.skincareguide.com/sc/bacterial_infections/impetigo.html, Acesso em: 05/03/2014. |
O impetigo bolhoso
é causado especialmente pela bactéria Staphylococcus aureus que através de
toxinas esfoliativas, produzidas por ela, causam bolhas grandes, de parede bastante
fina e com conteúdo seroso. O aparecimento se dá como o impetigo contagioso,
porém as pequenas lesões iniciais logo evoluem para bolhas que quando se rompem
formam áreas avermelhadas e inflamadas, conduzindo à formação de crostas
finas, cor de mel, semelhantes a um filme de revestimento, o qual, após o dimensionamento,
não deixam cicatrizes. As lesões são pequenas e múltiplas em vários estágios de
desenvolvimento. Impetigo bolhoso não compromete a saúde geral do indivíduo e a
febre, mal estar e perda do apetite só está presente quando há lesões múltiplas.
As lesões
bolhosas não doem, porém costumam ser mais duradouras que as do impetigo
contagioso. Localmente, há um pequeno desconforto e pode ocasionar coceira.
Fig 2: Impetigo bolhoso. Disponível: http://discussoesclinicas.com.br/imagem-da-semana/qual-as-possibilidades-diagnosticas/attachment/p1070242/, Acesso em: 05/03/2014. |
O
impetigo quando não é uma lesão grave pode se curar sozinho, mas na maioria das
vezes é recomendado que o tratamento seja iniciado com até 48 horas após o
aparecimento . O tratamento é com o uso de antibióticos que diminuem a chance
de contaminação para outras pessoas e aceleram a resolução das lesões além de
diminuir o risco de complicações, quando as lesões não são grandes o tratamento
pode ser feito também apenas com uma boa higiene e o uso de antibióticos
tópicos, já quando são mais graves são utilizados antibióticos de via oral,
geralmente derivados de penicilina.
O diagnóstico diferencial de
impetigo não bolhoso deve incluir herpes simples, herpes zoster e sarna. A
presença de dermatite atópica, dermatite seborréica, varicela ou sarna também
deve ser considerada. É importante diferenciar impetigo bolhoso de erupção
bolhosa causado por drogas, tinea bolhosa, varicela, herpes simplex, síndrome
da pele escaldada estafilocócica, bem como outras condições menos
correlacionados - dermatite herpetiforme, eritema multiforme, penfigóide
bolhoso e pênfigo vulgar.
- Qualquer um dos impetigos pode evoluir para febre
reumática, glomerulonefrite, varicela ou se espalhar para outros órgãos.
-
É importante sempre ferver as vestimentas da pessoa contaminada para evitar a
disseminação da doença para outras pessoas.
-
É também de bastante importância sempre manter bons hábitos de higiene, que
previnem a doença e a combatem também.
Referências:
- BANFI, Antonio et
al. Etiologia Del impetigo comum. Rev.
Chilena Pediatria, Vol 46, nº 1197.
- EMPINOTTI, Júlio César et al. Piodermites. Anais
Brasileiros de Dermatologia, 2012; 87(2): 277-84.
- KUMAR, Vinay et al.. Robbins & Cotran
Patologia: bases patologicas das doenças. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier.
- PEREIRA, Luciana Baptista. Impetigo. Anais Brasileiros de Dermatologia, 2012;
87(5): 804.
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