quinta-feira, 17 de abril de 2014

Filariose Bacroftiana



Apesar dos avanços científicos e tecnológicos, as doenças endêmicas continuam atingindo percentual expressivo de indivíduos em países subdesenvolvidos; provocando grandes perdas sociais e financeiras. A Filariose Bancroftiana é uma doença endêmica de regiões tropicais que tem como agente causador da infecção a Wuchereria bancrofti e afeta exclusivamente o homem, seu hospedeiro definitivo, sendo transmitida pelo Culex quinquefasciatus, conhecido popularmente como muriçoca. 

Fig1: Na imagem acima, à esquerda, observa-se um mosquito do gênero Culex durante alimentação de sangue. É neste momento que o inseto é capaz de injetar o verme causador da filariose na pele humana. As formas larvais da filária Wuchereria bancrofti, denominadas microfilárias (à direita, na ilustração), podem ser encontradas na circulação sanguínea dos pacientes durante a noite . Disponível:http://www.leituraeescritura.com/revista/le_01g.htm, Acesso em: 17/04/2014.


No Brasil, a Região Metropolitana do Recife (PE) é considerada o principal foco ativo e em expansão de filaríase linfática, sendo a área de maior transmissibilidade, seguida por Maceió (AL). Belém (PA), outro foco importante no passado recente, está em vias de ser considerada uma área no Brasil onde a endemia encontra-se sob controle.

O agente etiológico é o Wuchereria bancrofti, nematódeo que vive nos vasos linfáticos dos indivíduos infectados, sendo o reservatório o homem. O modo de transmissão se dá pela picada dos mosquitos transmissores com larvas infectantes (L3). No Brasil, o Culex quinquefasciatus é o principal transmissor. Em geral, as microfilárias têm periodicidade para circular no sangue periférico, sendo mais detectadas à noite, entre às 23h e 1h.

Fi2: Ciclo biológico da filariose bancrofitiniana. Disponível:http://fcfrp.usp.br/dactb/Parasitologia/Arquivos/Filarias_Humanas.htm, Acesso em: 17/04/2014.
 
           
Manifestações alérgicas podem aparecer 1 mês após a infecção, sendo então esse o período de incubação. As microfilárias, em geral, aparecem no sangue periférico de 6 a 12 meses após a infecção com as larvas infectantes da W. bancrofti. Não se transmite a doença de pessoa a pessoa. Então,  período de transmissibilidade funciona assim: o ciclo ocorre quando um inseto transmissor pica um homem infectado com microfilaremia e a transmite a outro indivíduo, após maturação das microfilárias no vetor, que ocorre entre 12 a 14 dias do repasto sanguíneo. A microfilaremia pode persistir, aproximadamente, por 5 a 10 anos.

O diagnóstico da doença é clínico-epidemiológico. Isso quando o indivíduo é oriundo de área endêmica. Mas o diagnóstico específico se dá pelo teste de rotina é feito pela pesquisa da microfilária no sangue periférico, pelo método da gota espessa(periodicidade noturna, das 23h a 1h). Pode-se, ainda, pesquisar microfilária no líquido ascítico, pleural, sinovial, cefalorraquidiano, urina, expectoração e gânglios, sendo, entretanto, restrito a casos específicos. Pela presença do verme adulto no sistema linfático, genitália ou em outras lesões. Podem ainda ser realizados os testes de Elisa ou testes imunocromatográficos para pesquisa de antígenos circulantes. Ainda há exames de imagem, em que nos homens, é indicada a ultra-sonografia da bolsa escrotal; em mulheres, a ultra-sonografia da mama ou região inguinal e axilar deve ser avaliada.

Em relação ao tratamento,a droga de escolha é a Dietilcarbamazina (DEC), com vários esquemas preconizados: 6mg/kg/dia, VO, com periodicidade ou anual; 6mg/kg/dia, VO, por 12 dias; 6mg/kg/dia, VO, por 2 a 4 semanas.

            Outra droga, também, utilizada é a Ivermectina (IVM), na dose de 200μg /kg, 1 vez por ano, VO. Além disso, tem-se utilizado a associação da IVM + DEC nas doses: IVM, 200μg /kg + DEC, 6mg/kg, VO, 1 vez por ano, ou IVM, 200μg/kg + DEC 6mg/kg. Doses únicas de IVM são aparentemente iguais em eficácia, segurança e tolerância, quando comparadas com doses únicas de DEC. O regime em combinação aparenta ser melhor do que a utilização de ambas as drogas isoladamente, para obtenção, a longo prazo, da redução, da densidade e da prevalência da microfilaremia. O período exato desses vários tratamentos não tem sido estabelecido, porém estima-se que se deve administrar dose única por 5 a 10 anos. A DEC não pode ser administrada em áreas  onde coexiste oncocercose ou loíase. Felizmente, não há coexistência geográfica dessas filarioses no Brasil. Para facilitar a relação peso/dose IVM, observar: Ivermectina, dose única, VO, obedecendo a escala de peso corporal (15 a 24kg: 1/2 comprimido; 25 a 35kg: 1 comprimido; 36 a 50kg: 1 1/2 comprimido; 51 a 65kg: 2 comprimidos; 65 a 79kg: 2 1/2 comprimidos; ≥80kg: 200μg/kg).

Para se definir um caso de Filarose Bacroftiana, tem-se o seguinte:

    Área Endêmica

    Caso suspeito: toda pessoa, residente ou procedente dos municípios onde persistem focos, que apresente um ou mais dos seguintes sintomas:

  • Hidrocele (aumento de volume escrotal); e/ou

  • Linfedema (edema mole ou duro, unilateral ou bilateral, nesse caso geralmente assimétrico, localizado nas extremidades dos membros e mamas; e/ou

  • Eosinofilia Pulmonar Tropical (tosse paroxística predominantemente noturna,dispneia recorrente e contagem de eosinófilos = 3.000 mm3); e/ou

  • Hipertrofia ganglionar (hipertrofia ganglionar igual ou maior que 2 cm de diâmetro em região inguinal, axilar ou epitroclear, sem sinais flogísticos e ausência de infecções de pele na área de drenagem do referido gânglio); e/ou

  • Quilúria (eliminação intermitente de urina leitosa, comprovada através de proteinúria de 24 horas).


    
Caso confirmado: todo individuo com ou sem manifestações clínicas, que apresente:
  • Exame parasitológico para pesquisa de microfilárias (gota espessa ou Knott ou filtração em membrana de policarbonato) positivo; e/ou
  • Pesquisa de antígenos filariais circulantes (Og4C3-ELISA, teste do cartão ICT) positivo; e/ou a possibilidade de neoplasia.
  • Verme adulto visualizado por meio de ultrassonografia e/ou exame histopatológico positivo para FL; e/ou
  • Pelo menos um episódio de linfangite retrograda e/ou adenolinfangite em membro ou escroto ou mama, com duração de 3 a 7 dias; e/ou
  • Linfedema e/ou hidrocele e/ou quilúria e/ou erisipela de repetição, se não foi possível estabelecer outro diagnóstico etiológico diferente de FL.

              Área Não Endêmica
    
    Caso suspeito: toda pessoa que apresente sinais e sintomas compatíveis com FL: linfedema e/ou hidrocele e/ou quilúria e/ou erisipela de repetição, quando não foi possível estabelecer outro diagnóstico etiológico diferente de FL*.

     Caso confirmado:
  • Toda pessoa com manifestações clínicas ou não em que se detectou, na corrente sanguínea por meio direto (GE, KT ou FM), a presença de microfilárias ou de forma indireta ACF; ou
  • Toda pessoa com manifestações clínicas ou não em que se detectaram, por meio da ultrassonografia, vermes adultos em vasos linfáticos; e/ou
  • Todo indivíduo classificado como suspeito, que tenha residido em área endêmica por período superior a 2 anos; e/ou
  • Todo indivíduo classificado como suspeito, que tenha entre seus contatos intra e/ou peridomiciliares casos confirmados laboratorialmente e resida em locais onde coexista o vetor.
 
Fig3:Imagens dos edemas provocados pelo parasita Wuchereria bancrofti. Disponível:http://negritosbio.blogspot.com.br/p/doencas-provocadas-por-nematelmintos.html, Acesso em: 17/04/2014.  
 O vídeo abaixo aborda o tema filariose , vale à pena dar uma olhada:


Referências:

MINISTÉRIO DA SAÚDE. In:______. Guia de Vigilância Epidemiológica. 7. Ed. Brasília. Série A. Normas e Manuais Técnicos, 2010. Caderno 12, p. 1 – 14.


2 comentários:

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