Globalmente,
a coqueluche (pertussis) ainda é uma importante causa de morte na
infância e continua a ser uma preocupação de saúde pública, mesmo em países com
alta cobertura vacinal. Em 2008, mais de 80% dos neonatos em todo o mundo
receberam três doses de vacinas contra coqueluche. Apesar
disso, 15 milhões de casos dessa doença foram registrados em todo o mundo, 95%
deles em países em desenvolvimento, levando a óbito cerca de 200.000 crianças.
Antes do desenvolvimento da vacina de células
inteiras mortas e da implementação de imunizações em massa, na década de 50, a
coqueluche foi a principal causa de mortalidade infantil. A utilização da vacina contra
coqueluche levou a uma redução significativa na incidência da enfermidade na
criança. Essa mudança no perfil epidemiológico resultou em aumento no número de
casos em adolescentes e adultos, consequente à perda da imunidade conferida
pela doença ou por vacina após cerca de 10 anos.
Diversas
evidências científicas têm demonstrado que a infecção pela B. pertussis não confere
imunidade duradoura, assim como não é duradoura a imunidade induzida por vacinas.
A incorporação de uma quinta dose da vacina contra pertússis na Austrália, assim como é vigente no Brasil, reduziu a
incidência da enfermidade em crianças entre 5 e 10 anos de idade, aumentando naquelas
entre 12 e 14 anos. Esse deslocamento da faixa etária constitui um claro indício
da não aquisição de imunidade duradoura.
A
perda da imunidade após cerca de 10 anos do recebimento da última dose da vacina
torna o adolescente suscetível à infecção, o que tem sido demonstrado em
recentes dados epidemiológicos.
Os
adolescentes e adultos frequentemente servem de fonte da infecção para os
lactentes, conforme tem sido observado em estudos.
No futuro, a coqueluche poderá ser transmitida para
adultos jovens, ou seja, para mãe e pais de neonatos prematuros, e vacinações de adultos jovens poderão se tornar uma medida necessária.
FONTES:
CARVALHO, Aroldo P. de; PEREIRA, Eliana Mara Cesário. Vacina acelular contra pertússis para adolescentes. Jornal de Pediatria. Rio de Janeiro, v. 82, n.(3 Suppl), p.15-24, 2006.
KORPPI, M. Coqueluche- ainda um desafio. Jornal de Pediatria. Rio de Janeiro, p.89-520. 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário