sexta-feira, 18 de julho de 2014

O que é Criptococose?


Descrição:
 
  • ·         É uma infecção fúngica que apresenta duas formas: cutânea e sistêmica.


Ø  A forma cutânea aparece em 10% a 15% dos casos (na maioria das vezes, precede a doença sistêmica) e é caracterizada por manifestações de lesões acneiformes, rash cutâneo, ulcerações ou massas subcutâneas que simulam tumores.   

Ø  A forma sistêmica, frequentemente, aparece como uma meningite subaguda ou crônica, caracterizada por febre, fraqueza, dor no peito, rigidez de nuca, dor de cabeça, náusea e vômito, sudorese noturna, confusão mental e alterações de visão. Pode haver comprometimento ocular, pulmonar, ósseo e, às vezes, da próstata.

Sinônimos:

  • ·         Torulose, blastomicose europeia.


Agente Etiológico

  • Um fungo, o cryptococcus neoformans, nas variedades neoformans ( sorotipo A e D) e gatti( sorotipo b e c).

  •   O C. neoformans, variação neoformans sorotipo A, é responsável por mais de 90% das infecções nos pacientes com aids no Brasil, enquanto a variedade gatti acomete, principalmente, indivíduos sem imunossupressão aparente.


Características Epidemiológicas

·        Doença cosmopolita, de ocorrência esporádica. Geralmente, acomete adultos e é duas vezes mais frequente no gênero masculino. A infecção pode ocorrer em animais (gatos, cavalos, vacas). A suscetibilidade é geral, mas parece que a raça humana apresenta uma notável resistência. A suscetibilidade aumenta com o uso prolongado de corticosteroide, na vigência de aids, Hodgkin e sarcoidose.


Reservatório

·   Fungo saprófita que vive no solo, em frutas secas e cereais e nas árvores; e isolado nos excrementos de aves, principalmente pombos.

 Modo de Incubação

·   Desconhecido. O comprometimento pulmonar pode anteceder, em anos, ao acometimento cerebral.


Período de Transmissibilidade

·         Não há transmissão homem a homem, nem de animais ao homem.

Figura 1: Modo de transmissão da criptococose.



Complicações

·    O fungo pode viver como saprófita na árvore brônquica, podendo expressar-se clinicamente na vigência de imunodeficiência. Cerca de 5 a 10% dos pacientes com aids são acometidos por essa micose. A meningite causada pelo Cryptococcus, se não tratada a tempo, pode causar a morte.


Diagnóstico

·       O diagnóstico é clínico e laboratorial e a confirmação e feita com a evidenciação do criptococo pelo uso de “tinta da China” (nankin), que torna visíveis formas encapsuladas e em gemulação em materiais clínicos. Essa técnica é a consagrada para o diagnóstico das meningites criptocócicas (exame do LCR). Pode-se isolar o criptococo, também, na urina ou no pus, em meio de agar-Sabouraud.

·  A sorologia, no LCR e no soro, e a histopatologia podem ser úteis. A radiografia de tórax pode ajudar no diagnóstico, podendo ou não ser usada para confirmar a doença, demonstrando danos pulmonares, revelando massa única ou nódulos múltiplos distintos.


Diagnóstico Diferencial

·      Toxoplasmose, tuberculose, meningoencefalites, sífilis, sarcoidose, histoplasmose e linfomas.


Notificação

·         Não é doença de notificação compulsória.


Medidas de Prevenção

·   Até o momento, não existem medidas preventivas específicas, a não ser atividades educativas com relação ao risco de infecção. Medidas de controle de proliferação de pombos devem ser implementadas. Assim, nas áreas com grande numero de pombos, deve-se diminuir a disponibilidade de alimento, água e, principalmente, abrigos, visando reduzir a população. Os locais com acúmulo de fezes devem ser umidificados para que os fungos possam ser removidos com segurança, evitando a dispersão por aerossóis. Não há necessidade de isolamento dos doentes. As medidas de desinfecção de secreção e fômites devem ser as de uso hospitalar rotineiro.


REFERÊNCIAS:

Ministério de Saúde. Doenças Infecciosas e Parasitárias: guia de bolso. 8 ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

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